Nesta terça (6) pudemos conferir os dois primeiros episódios de Cyberpunk: Edgerunners, o anime spin-off que expande o universo de Cyberpunk 2077 e que será lançado em 13 de setembro. Apesar de muitas semelhanças com o game, como a ambientação em Night City, os Corps e toda a dinâmica envolvendo modificações corporais e a conexão da mente com a tecnologia, também somos apresentados a novos personagens e diferentes lados da realidade distópica.
Cyberpunk: Edgerunners
Logo de cara somos apresentados ao protagonista e sua mãe, além de já termos uma boa noção do mundo em que o anime se passará. Vemos um forte apelo tecnológico, no qual chips são conectados com a mente e corpo e precisam de atualizações constantes, armas bastante futuristas que melhoram a condição física humana. Fica evidente também que o dinheiro é que controla tudo, de modo que pessoas deixam de ter qualquer tipo de assistência médica, socorro ou proteção se não pagarem por isso.
Nosso protagonista se vê nesse mundo hostil junto de sua mãe, que trabalha incessantemente para que ele permaneça no colégio Arakasa, para futuros corporativos. Vemos o quanto a vida é difícil para os menos favorecidos, que são largados à margem se não possuem meios de pagamento.
Além disso, o anime também não se priva de trazer cenas um pouco mais chocantes e explícitas, que é algo típico de obras cyberpunk, como pessoas "se divertindo" com objetos sexuais robóticos, ou mesmo aproveitando uma realidade virtual, na qual os sentidos são afetados e eles podem sentir tudo.
Em determinado momento o protagonista perde sua mãe e enfrenta a dura realidade do mundo, então decide por um implante militar ilegal, que é compatível com seu corpo, e começa a cometer roubos, decidindo se tornar um mercenário. A partir desse ponto o anime fica mais dinâmico.
Design, trilha sonora, arte, dublagem... como ficou?
A arte ficou impecável, assim como a do game (que teve os seus problemas de desempenho em algumas plataformas, mas não pecou em nada em seu design), trazendo toda a atmosfera de uma realidade cyberpunk em conjunto com os traços de anime, que são bem modernos e bem feitos.
O estúdio de animação se chama Trigger, que também foi responsável por Kill La Kill, anime que é bem conhecido por suas animações fantásticas, além de outras obras, como Little Witch Academia e até mesmo Steven Universe.
Os traços, cores e design com certeza vão agradar os fãs de anime e do game. Você vai perceber que as cenas de ação são bem construídas com uma movimentação fluída, mas é bom saber que são um tanto quanto... violentas em algumas partes.
A dublagem em português brasileiro não tem defeitos e sentimos os personagens, assim como a japonesa, que também é muito expressiva, mas mais característica de um anime (como é o esperado) com todas as expressões clichês que se têm direito. Falando em som, a trilha sonora impressiona, tanto as como as que rolam durante cada episódio, como as do final.
Cyberpunk: Edgerunners vai agradar?
Se trata de um anime de qualidade que faz jus ao jogo eletrônico do qual se originou. A CD Projekt junto à Netflix acertaram em cheio, pois desenvolveram uma animação que vai agradar tanto quem não tenha qualquer conhecimento prévio do game como entusiastas de cyberpunk e de animações no geral.
O anime não tem conexão alguma com o game. Não vemos V em qualquer momento e não é preciso ter jogado o game para entender o anime ou mesmo ver o anime para entender o jogo. Embora... Cyberpunk 2077 irá receber atualizações que introduzem itens do anime no jogo, como a jaqueta da David Martinez.
É preciso deixar claro que essa atualização não afeta a história e se trata de um conteúdo adicional que está mais para uma homenagem, já que se concentra em itens visuais.
Sobre Cyberpunk 2077
Lançado para PS4, PS5, Xbox Series X|S e PC, o game se passa em uma realidade cyberpunk (obviamente) que é caracterizada por um alto nível tecnológico ao ponto de se misturar com as próprias pessoas, como transplantes que conectam a própria mente à tecnologia, além de modificações corporais robóticas. Tudo isso é somado à uma proposta distópica e, muitas vezes, crítica e até mesmo existencialista.
Você assume a pele de V, o qual você personaliza completamente o gênero e aparência, que se trata de um mercenário tentando ganhar a vida em Night City, o palco principal do jogo, no qual a trama se desenrola.
O título enfrentou alguns problemas, especialmente em seu lançamento. Simplesmente estava cheio de bugs. Nas plataformas de última geração, como PS5 e Xbox Series X isso não ocorreu, assim como em PCs de qualidade, mas boa parte dos jogadores enfrentaram uma grande frustração, especialmente com hype gigantesco do jogo.