Quando o assunto é as melhores regiões de League of Legends ao redor do mundo, a Coreia do Sul sempre é lembrada pela comunidade. País de origem de times como T1, na qual joga o tricampeão mundial Faker, Samsung White/Galaxy e DAMWON, todas campeãs mundiais, os jogadores desses e outros times surgiram ao se destacar na SoloQ coreana, considerada uma das melhores do mundo, mas quais são as diferenças entre ela e as filas ranqueadas de outras regiões?
Professor sul-coreano de LoL conta como é a SoloQ coreana
Lowell "brinedevil" publicou um post no Reddit chamado: "Trabalhei em uma academia de esports em Seul e aqui está o porquê da solo queue de lá ser como é". Com mais de 4 mil upvotes e 500 comentários, ele impactou a comunidade com alguns deseus comentários, que geraram bastante discussão.
Brinedevil afirma que trabalhou como professor de LoL na Gen.G Academy, em Seul, capital da Coreia do Sul. Ele disse no post que a maior parte de seus alunos tinham elos que iam de Diamante até Grão Mestre. Em seu perfil no Instagram, ele postou vários stories nas instalações da organização.
O histórico e a rotina dos jogadores sul-coreanos de LoL
De acordo com Brinedevil, a intenção de seu post é desvendar algumas coisas que estão por trás do ótimo histórico das filas ranqueadas sul-coreanas. Para ele, a primeira diferença entre a Coreia e a América do Norte, por exemplo, é a base dos jogadores, que no país asiático é muito jovem.
"No NA, jogadores de PC tendem a ser mais velhos, enquanto os jogadores mais novos gostam de COD, Valorant, Apex Legends, Fortnite ou Minecraft, enquanto quem gosta de MOBAS são os mais velhos. Na Coreia, o LoL é sempre o primeiro jogo de escolha de pessoas de qualquer idade, o que significa que os players de elo alto tem entre 15 e 18 anos".
Além disso, Brinedevil também revelou detalhes sobre como a rotina dos adolescentes sul-coreanos impacta na maneira como eles jogam LoL e se tornam pro players.
"Na Coreia, a escola vai das 8h às 15h, mas após esse período os alunos vão para academias escolares, nas quais passam mais quatro ou cinco horas. Após 12 horas sentados em uma sala de aula, eles vão para casa e começam a jogar SoloQ por volta das 19h ou 20h. Depois de passar tanto tempo entediados na escola, eles têm zero paciência e vontade de jogar um jogo lento, cheio de macro. Eles querem amassar as lanes, fazer clipes de boas jogadas para mandar para alguma academia de pro players e provocar os adversários na tela de vitória. Se eles perdem a lane, têm zero fé de que alguém os carregará e só querem acabar a partida logo. Jogar atrás é considerado chato e eles já tiveram um dia chato demais para passar por isso".
Nas palavras de Brinedevil, esses fatos criam uma cultura na qual os adolescentes jogam três ou quatro partidas por dia, até que suas mães mandem que eles saiam do PC. Aos finais de semana, eles jogam de 12 a 14 horas por dia e essa rotina se repete, como em um ciclo.
"Eles estão procurando por vitórias fáceis. No NA [América do Norte] os jogadores têm uma mentalidade de xadrez: jogar pelo elo. Na Coreia é a mentalidade é a do poker: você tirou uma mão ruim? Já tenta de novo".
A mecânica na SoloQ sul-coreana
De acordo com Brinedevil, quando jogadores do NA vão até a Coreia, esperam ver um LoL sendo jogado cheio de estratégia, mas na verdade encontram jovens querendo jogar o MOBA como um jogo de luta e trabalhar na mecânica.
"Esta também é a razão pela qual o NA nunca ganhará um torneio internacional. A mecânica é a base da liga. Quando um jogador coreano pode intimidar seu adversário e ter uma vantagem de dois níveis aos 7 minutos, por que eles se incomodariam em tentar jogar de forma macro contra você?".
O professor ainda disse que é por isso que streamers que gostam de jogos com lutas e mecânicas, como KatEvolved e TFBlade, sobem rápido na ranqueada coreana, enquanto players mais lentos e macro-dependentes como Tyler1 lutam muito para conseguir avançar.