Após bater na trave várias vezes na temporada, a FURIA finalmente disputará um evento internacional de Valorant, e de cara o mais importante deles: o Valorant Champions, Mundial da modalidade que será disputado de 1 a 12 de dezembro, em Berlim. Um dos destaques dos Panteras no título do Last Chance Qualifier da América Latina, Alexandre "Xand" Zizi acredita em uma participação de destaque na competição, mas ao mesmo tempo reconhece que, até o momento, o Brasil não mostrou a que veio no FPS da Riot, e que isso pode inclusive resultar numa diminuição no número de vagas em eventos futuros caso as equipes do país não consigam campanhas de destaque no Champions.
Team Vikings, Sharks, Vivo Keyd e Havan Liberty foram as quatro equipes brasileiras que representaram o Brasil nos Masters de Reykjavík e Berlim, respectivamente. Somadas, trouxeram apenas duas vitórias para o país nestes eventos, sendo uma delas conquistadas pela Vikings, na Islândia, e a outra pela Keyd, na Alemanha. Ao lado da FURIA, VKS e Keyd serão as equipes brasileiras no Mundial, e Xand considera fundamental uma boa campanha no Champions para o país continuar tendo duas vagas diretas nos maiores eventos internacionais de Valorant.
"Todos imaginam o Brasil como potência no FPS, mas ainda não demonstramos isso no VALORANT. Isso é até mesmo perigoso, porque se continuarmos desempenhando mal, a Riot pode focar mais nas outras regiões e tirar alguns dos nossos privilégios" resumiu o jogador.
Apesar do alerta, Xand demosntra confiança em uma boa participação do Brasil no Valorant Champions, e demonstra especial confiança em seu próprio time. O jogador, que disputou o StarLadder Berlin Major de CS:GO em 2019, enaltece a experiência dos jogadores da FURIA emns eventos presenciais e acredita que a FURIA é, hoje, a equipe melhor preparada do Brasil para a disputa do Mundial.
"Nós vamos muito preparados. Acho que até mais que os outros times, porque sei o quanto trabalhamos e o quanto não desistimos. Eu, o manito (Nzr) e o Mazin principalmente temos uma boa experiência internacional, e agora que vimos que o Qck e Khalil não sentem pressão nenhuma e jogam muito tranquilos. Por conta de tudo isso, estou muito confiante", enfatiza o jogador.
A FURIA estreou no Last Chance Qualifier com uma derrota de 2 a 1 justamente para Australs, que vinha sendo a grande carrasca das equipes brasileiras na competição, com vitórias também sobre Sharks, ainda na fase de grupos, e Havn Liberty, na semifinal do torneio. Na grande final, porém, a FURIA não apenas teve sua revanche, como atropelou a equipe chilena com um 3 a 0 extremamente dominante em todos os mapas da série. A derrota, no entanto, somada a outros "quase" da FURIA em qualificatórios em eventos internacionais, serviu de aprendizado para a equipe, que na opinião de Xand tem na resiliência um de seus pontos fortes.
"Além da estreia bem ruim que tivemos nesse campeonato, nós já tínhamos batido na trave outras vezes, então se trata de um time bem resiliente já de muito tempo atrás. O que nós fizemos foi não nos deixar abalar, até porque sabíamos que a Australs era uma das equipes favoritas, tanto que chegou na final. Fora isso, quem desiste não tem como ter sucesso na carreira. Como aqui ninguém desiste, conseguimos chegar", comemora.
Um dos grandes destaques da FURIA ao longo de toda a final contra a Australs, o argentino Agustin "Nzr" Ibarra enalteceu a enorme capacidade de adaptação da FURIA ao longo da competição. Além disso, o jogador considera que o time melhorou na defesa, o que também foi fundamental para a conquista do Last Chance Qualifier.
"Nós conseguimos mudar nosso estilo de jogo no meio do campeonato. Olhamos bastante para os nossos erros nos mapas e consertamos todos eles para esta final. Acredito que esse foi um dos grandes diferenciais para ganharmos hoje de um jeito muito clean (limpo). Além disso, também melhoramos muito a nossa defesa. O nosso ataque sempre foi bom pois temos muita sinergia jogando juntos, então melhorar a parte defensiva foi o nosso ponto forte. Adicionamos algumas coisas, como o xand de Operator em pontos específicos, e tudo isso adicionou muito ao nosso jogo", opina.