Fãs e profissionais de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) se uniram para protestar nas redes sociais, nesta quinta-feira (18). O que os motivou a fazer isso foi a exclusão das equipes brasileiras da primeira classificatória sul-americana para BLAST Spring Showdown 2021. O comunicado que deixou clara a tal restrição foi emitido pela FiReSPORTS, organizadora oficial do qualify na região SA.
De acordo com os organizadores, a qualificatória para etapa Spring ocorre entre 19 e 21 de março. Nesta não serão permitidos os times do Brasil. As equipes do país verde e amarelo só estarão aptas a disputar a classificatória para etapa Fall Showdown, apenas em setembro.
Imediatamente após o anúncio, os protestos começaram. A comunidade viu a decisão como completamente descabida, principalmente por dois motivos. O primeiro deles é que o Brasil faz parte da América do Sul e, por isso, não há qualquer motivo para excluí-lo de uma competição que deveria ser para quem está alocado na região. O segundo é que o Brasil é disparado o país mais desenvolvido da América do Sul quando o assunto é CS:GO, o que competitivamente já o deveria credenciar como a parte mais bem abrangida dos torneios e não a excluída.
Algumas pessoas foram mostrar seu contentamento diretamente nas redes sociais ligadas à FiRe Esports. Um deles foi o pro player da Imperial, Gustavo "SHOOWTiME" Gonçalves.
Outros comentaram sobre o assunto juntamente de jornalistas e até em seus perfis pessoais. O manager da GODSENT Ricardo "dead" Sinigaglia chegou a dizer que sua equipe pretendia disputar o qualify na América do Sul por falta de vistos para América do Norte. No entanto, dada a atual decisão, a equipe também pode ser impedida.
Opinião
Ao contrário de América do Norte e Europa por exemplo, que sempre se apresentaram como os cenários mais fortes, com mais investimento e portanto mais ativos nos maiores campeonatos de CS:GO do mundo, a América do Sul sempre foi uma região marginalizada.
Em um primeiro momento os times brasileiros se apresentaram como a grande potência SA e não è à toa que todos os maiores títulos com jogadores desta região foram conquistados por brazucas. No entanto, com a proximidade geográfica e a mesma situação precária, a solução para que a América do Sul crescesse de forma mais acelerada e igual foi a integração dos cenários.
Foi esta integração que trouxe cada vez mais argentinos, uruguaios e outros a jogarem com brasileiros. Seja em plataformas nacionais como a Gamers Club ou até nas competições. Mais recentemente, até mesmo as line-ups começaram a se misturar, como foi o caso de Isurus Gaming, 9z Team masculina e feminina e até a MIBR que contou com um argentino na escalação.
O Brasil segue como potência absoluta em todos os aspectos e as demais regiões dependem dele para emergirem. Porém, com isso o cenário como um todo cresce em número de fãs, jogadores, competitividade e todos saem ganhando - inclusive o Brasil. Tudo isso só mostra que não há motivos para haver exclusão nem de um e nem de outro. A integração promovida por tantas empresas e pessoas não pode ser quebrada de uma hora para outra porque agora alguém decidiu separar algo que praticamente já virou um só.
Digo mais, essa luta não pode ser apenas do Brasil. O cenário que escancarou portas para os vizinhos, que tem as empresas líderes como acolhedoras de jogadores e times de outras nações e que até mesmo o maior ídolo já abrigou toda uma escalação argentina em sua casa para a disputa de um torneio, precisa de reciprocidade.
Juntos somos mais fortes e apenas juntos cresceremos. Não é hora de falarmos em excluir alguém ou de "pagar na mesma moeda". Não há outra forma de crescermos e espero que todos os lados entendam isso o quanto antes.