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Perfil: A história de Baiano, do Go4LoL até o topo do streaming de League of Legends

Perfil: A história de Baiano, do Go4LoL até o topo do streaming de League of Legends
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Conheça a trajetória do streamer que hoje é um dos influenciadores e ex-pro players mais admirados pelo Brasil afora

Conhecido por seu humor, criatividade e poder de divertir a comunidade de League of Legends, Gustavo “Baiano” Gomes além de ser o criador do CBolão, é um dos influenciadores e ex-pro players mais admirados pelo Brasil afora.

Neste perfil - em parceria com a Betway, site de apostas em esports do qual Baiano é embaixador - conheça a história dele desde seus primeiros passos com games até chegar ao cenário de LoL, jogar internacionalmente, se tornar um streamer de sucesso amado entre a comunidade. Leia o texto abaixo ou assista ao vídeo acima.

Prodígio dentro e fora dos games

Nascido na Bahia em 1994, Baiano precisou se mudar de cidade diversas vezes, o que fazia com que o jogador não conseguisse criar grandes amizades na escola, principalmente em uma época na qual a internet ainda não era tão presente na vida das crianças.

Por conta disso, seu amor pelos games começou cedo e eles, sim, acompanharam o crescimento de Baiano ao longo da infância. Já na adolescência, ele se descobriu um ótimo jogador de Dota 2 aos 11 anos. Fora dos games, suas habilidades também estavam presentes em sala de aula - Baiano entrou na faculdade aos dezesseis anos.

A adolescência é um período difícil por muitos motivos, um deles é a pressão de ter que escolher o que fazer da vida - quase - para sempre. Apesar de ter visto a própria mãe escolher qual curso ele faria na faculdade, Baiano não estava completamente feliz com aquela realidade e depois que descobriu o LoL, via seu futuro dentro de Summoner’s Rift - o que não agradou seus pais.

“Eles tinham aquele pensamento de que tinha que fazer faculdade, eu fui preparado para esse momento durante a vida inteira. Mas tinha aquele cenário semi-profissional de LoL que me ajudou muito. No comecinho do cenário competitivo eu joguei muitas Go4LoL, se fosse campeão, ganha uns 50 reais, mas pelo menos era no fim de semana. Então durante a semana, eu fazia faculdade, e no fim de semana jogava”.

Após sair de casa sem apoio nenhum, Baiano foi perseguir seu sonho em São Paulo. “Foi uma pressão nas minhas costas que até me ajudou, eu vim com uma bala na agulha e tinha que dar certo, isso fez eu levar a coisa toda em um nível muito mais tryhard”.

Os efeitos da ansiedade

Após muitas vitórias em torneios como Go4LoL, Xtreme League e Brasil Mega Arena, jogando por equipes como INTZ Red e Jayob, no final de 2015 Baiano foi contratado pela Keyd Stars. A equipe estava voando no 1º split de 2016 do Campeonato Brasileiro de League of Legends, mas no meio desse voo, o pro player teve um problema.

Na quarta semana do CBLoL, Baiano descobriu que tinha um tumor benigno no intestino e precisava retirá-lo de seu corpo por meio de uma cirurgia. Abalado pela necessidade de deixar o competitivo por algum tempo, ele fez até mesmo o que não deveria para ter a chance de disputar a semifinal e a final do 1º split - no qual a equipe ficou com o vice-campeonato.

“Eu via os caras jogando do hospital. Eu voltei precocemente a jogar, meu médico falou que era impossível eu jogar aquele split de novo, mas eu voltei. Levei o tratamento do pós-operatório muito à sério e fui convencendo ele. Acabou que eu voltei a semifinal e a final com ponto na barriga e tudo. A ansiedade, ao mesmo tempo que me deu muita coisa boa na vida, pra me fazer sentir motivado, teve um lado ruim, que me fez ficar muito tenso e tomar decisões ruins”.

Novas vitórias… novos obstáculos

Em 2017, Baiano decidiu seguir um novo rumo e passou o ano jogando pela Big Gods Jackals, organização brasileira que foi aos Estados Unidos para disputar uma vaga pela Challenger Series da liga norte-americana de LoL, a League of Legends Championship Series North America (antiga LCS NA).

Infelizmente, no mesmo ano a organização da liga informou que adotaria o modelo de franquia, no qual os times tornam-se sócios da Riot Games, compram uma vaga no torneio e não correm mais o risco de serem rebaixados. Dessa maneira, nenhum time poderia tentar “subir” até a liga principal, o que fez com que Baiano retornasse ao Brasil após chegar até o 3º/4º lugar dos dois splits de 2017.

De volta ao seu país, Baiano foi jogar pela CNB, time no qual não conquistou títulos, mas fez história com a estratégia do autofill ao lado de Leonardo “Robo” Souza, Yan “Yampi” Petermann, Turtle, Rakin, pbO e Brucer.

“Aquele time era dos sonhos, jogávamos entre amigos, do jeito que a gente queria. A estratégia do autofill só funcionou porque éramos amigos. Se você chega em algum time falando que vai jogar com Darius e Sejuani no bot, ninguém vai aceitar isso. Só deu certo porque éramos amigos”.

Apesar do bom desempenho no CBLoL, novamente o corpo e a mente de Baiano mandaram um sinal de aviso ao jogador. Em outubro de 2018, ele anunciou uma pausa na carreira por conta da depressão.

“Esse é um snowball de anos e anos, enfrento a depressão desde muito novo, acho que fui diagnosticado aos 16 anos. Mas são momentos de fase. Depois de momentos de muita pressão e expectativa, as coisas não estavam dando certo. Eu também tinha muita frustração com minha saúde, estava sempre me cuidando, mas algo sempre me parava. Na época da CNB eu também precisei fazer uma cirurgia e isso acabou com minha saúde física e mental, o que fez com que eu chegasse em uma crise”.

Entre outubro de 2018 e março de 2019, Baiano recebeu diversas propostas para voltar ao competitivo e negou todas, mesmo com grandes ofertas de salário. Logo depois, ele voltou precocemente ao Santos, porque ainda não estava completamente bem com sua saúde mental. Por lá, ele não ganhou títulos, mas rapidamente acumulou conquistas…

Um novo Baiano

Ainda no Santos, Baiano começou a fazer streams e criou o quadro Baianalista, em que analisava os jogos do CBLoL e viu sua comunidade aumentar e passar a admirá-lo cada vez mais.

“Eu achava que não gostava de fazer stream, só quando eu comecei, que eu senti que fazendo por mim, sem pressão, descobri que estava gostando. A grande sacada é que eu entrei nisso sem ansiedade, querendo que explodisse logo, que tivesse muitos espectadores. Se tivesse 50 pessoas assistindo, tava ótimo. E no começo, eu perguntei para vários amigos o que eles achavam da ideia do Baianalista e todo mundo deu risada. [...] Muita gente falava que era impossível dar certo e hoje estamos aí fazendo história.”

Baiano conta que antes de sua stream ele sentia que outros influenciadores faziam transmissões muito iguais, sem novidades. Hoje, ele se sente orgulhoso de ter investido tanto em suas lives e em sua comunidade. Até o momento, seu sucesso resultou em outras duas grandes conquistas.

Em 2020, Baiano foi chamado para fazer parte do Depois do Nexus, programa da Riot Games Brasil sobre o cenário brasileiro de LoL. Apesar de ter ficado com o pé atrás quando recebeu esse convite, Baiano encarou o desafio de lidar com a publisher que tanto criticava e ao mesmo tempo aprendeu muito com a empresa.

“Eu tinha uma relação conturbada com a Riot, porque eu sou muito crítico e eles não estavam acostumados com isso. No Baianalista eu era muito crítico com os casters, a transmissão, as coisas que eram faladas. [...] A Riot tinha um pé atrás comigo e eu também me perguntava se teríamos uma relação boa, se tentariam me podar muito, e eu não aceitaria fazer as coisas desse jeito. Mas tivemos reuniões e fomos chegando em consensos. Eu aprendi muito com a Riot e em questão de imagem, eles faziam bem para mim e eu para eles”, conta Baiano, rindo.

Além do Baianalista, outra marca registrada de Baiano é o Cbolão, torneio que surgiu da ideia de criar um campeonato com monochampions, pro players e influenciadores. Em 2020, duas edições do torneio foram realizadas. A primeira alcançou mais de R$ 100 mil reais em doações para instituições de caridade, enquanto a segunda obteve mais de 500 mil espectadores únicos - isso contando apenas com o dia da grande final.

Hoje, depois do sucesso de diversas edições do CBolão, projetos inovadores e inúmeras mensagens de carinho que recebe de seus fãs, ainda há quem sinta a curiosidade de saber se Baiano pretende ou não voltar a jogar profissionalmente. Isso você descobre assistindo ao perfil do influenciador.

Não importa onde Baiano esteja, nas streams ou no palco do CBLoL, seus fãs continuarão acompanhando ele para se divertir, encontrar inspiração e reforçar a importância de seu papel dentro da comunidade brasileira de League of Legends.

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Beatriz Coutinho
Bia  - Repórter

Garota mágica formada em jornalismo que ama a sensação de assistir campeonatos e escrever sobre as histórias dos fãs de esports.

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