Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) é um jogo de tiro em primeira pessoa que requer muito mais do que uma boa mira dos seus jogadores. O game também envolve muita tática e uma comunicação que precisa ser o mais rápida e limpa possível. Por isso, ainda nos seus primórdios, os players passaram a inventar nomes curtos e fáceis para todas as posições que existem em cada mapa, para que pudessem localizar melhor alguns eventos que acontecem no jogo, assim como a si próprios e seus companheiros.
Com o passar do anos, alguns jogadores se tornaram profissionais, e a sua notoriedade foi tamanha que as posições passaram a ser batizadas com seus nicknames. Alguns por jogadas incríveis e outras, bem, nem tanto... Pensando nisso, o Millenium listou cinco posições com nome de pro players e explicou a história de todas elas.
Gaules: Train
Atualmente, Alexandre "Gaules" Borba é considerado o maior streamer de CS:GO do Brasil e um dos maiores do mundo. Seu jeito irreverente de torcer e as situações inusitadas em suas transmissões - que são muitas - movem milhares de fãs pelo país. No entanto, sua história com o jogo começou muito antes disso.
Gaules chegou a jogar profissionalmente na antiga versão do Counter-Strike, em um dos maiores times da época: a g3x, criada por ele mesmo. Nesta época, sua equipe queria inovar nas táticas e foi decidido que ele ficaria sozinho marcando o bombsite B da Train. Nisso, ele se identificou mais com a parte de cima e passou a jogar de lá no lado de Contra-Terrorista. Com muito treino, ele dominou o local, fez grandes jogadas e criou raízes por ali, o que fez a posição passar ser conhecida pelo seu nick.
Pava e Pavinha: Train
Rafael "pava" Pavanelli tem dedicado sua carreira profissional ao nicho de streamer, focando mais em seu gameplay - já que sempre foi muito bom em FPS - ao invés de algo mais cômico, como a maioria. Antes disso, ele foi um dos maiores jogadores de CS do Brasil, representando grandes equipes como MIBR e Team One.
A história da sua posição não é encontrada tão facilmente por aí. Por isso, fomos consultar o próprio jogador, que nos ofereceu sua ótica sobre o assunto.
De acordo com o que foi contado, ele só descobriu isso quando saiu do Rio de Janeiro para jogar um campeonato em São Paulo, na época do CS 1.6. Na ocasião, pava assistia a uma partida da g3x de gauleS, que chamava o tempo inteiro os vagões da direita da b1 baixo da Train de pava e o de trás de pavinha, pois o carioca ficava muito naquele local e sempre fazia estragos ali.
Pava explicou que ficou surpreso, mas bem contente com a homenagem. Para completar, o nome realmente pegou e a posição é chamada assim até os dias de hoje, mesmo com seu mouse pendurado no cenário competitivo.
Cogu: Inferno
Raphael "cogu" Camargo é considerado por muitos um dos melhores jogadores de Counter-Strike da história. No Brasil, ele e Lincoln "fnx" Lau foram os dois maiores nomes na época do CS 1.6, representando a lendária Made in Brazil.
A história da posição que recebeu o nome do sniper aconteceu em 2006, na França, na grande final da ESWC. A MIBR enfrentava o Fnatic na decisão do mundial e poderia conquistar seu primeiro grande título internacional na modalidade. Na primeira rodada da partida, o brasileiro recebeu um pézinho no telhado que fica no "xuxa" - lado direito na entrada do meio para o bombsite A - e, de lá mesmo, eliminou quatro adversários de forma incrível.
O belíssimo highlight rendeu não só a vantagem inicial para o Brasil, como o batismo da posição com seu nick. Vale lembrar que, mais tarde e ainda naquele jogo, a Made in Brazil conquistou seu primeiro mundial.
Coldzera: Mirage
A posição cold ou coldzera pode ser encontrada na van do bombsite B, na Mirage. Foi lá que Marcelo "coldzera" David - eleito por dois anos consecutivos o melhor do mundo - protagonizou a jogada mais memorável da história do CS:GO até hoje, durante a MLG Columbus 2016. Na ocasião, a Team Liquid vencia os brasileiros da MIBR por 15 a 9 e a vitória norte-americana parecia iminente. Ela de fato seria, se não fosse por cold.
O highlight começou com cold mirando de cima da van com sua AWP, quando avistou a invasão inimiga. Ele acertou o primeiro tiro, recuou e, em um momento de genialidade e sorte, o brasileiro pulou, atirou sem mirar e com uma bala abateu mais dois jogadores. Se já não bastasse o que havia acontecido até ali, ele ainda completou o feito com mais uma kill no scope, enquanto seu parceiro Epitácio "TACO" de Melo completava o serviço eliminando o último oponente.
Aquela foi simplesmente a jogada que acordou o time e iniciou uma virada incrível de 15 a 9 para 19 a 15. Os próprios jogadores já reconheceram que aquele momento os fez acreditar na vitória. Mais tarde, a LG e o Brasil conquistaram o seu primeiro Major.
Summit1g: Train
A história por trás da posição de summit se trata de um jogada bem diferente das que mencionamos até aqui. Afinal, nem sempre conseguimos ser lembrados só por coisas boas, não é mesmo? Para quem não sabe, Jaryd "summit1g" Lazar é um famoso streamer de CS:GO, que teve a grande chance de se tornar profissional durante a DreamHack Austin 2016, jogando pela Splyce, que na época precisava de um complete às pressas.
Na história que gerou o batismo da posição, ele ficou em uma situação de 1 vs 2 e conseguiu vencer o clutch que valeria o primeiro mapa da permanência da sua equipe no torneio. No entanto, no seu caminho até a c4 para desarma-la, ele passou de herói a vilão... Sem prestar atenção, ele correu em cima de uma molotov e, sozinho no mapa, se matou e perdeu a rodada. Para piorar tudo, a CLG, que era o time adversário, conseguiu a virada após o deslize e eliminou a Splyce do campeonato.
Além do nome da posição - que fica entre o óleo e o vagão do meio do bombsite B - o nick do jogador também virou meme. Toda vez que alguém morre na molotov, o chat das transmissões são lotados com mensagens de "1g".