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"Me sentia infeliz quando não conseguia resultado": DudsTheBoy relata cansaço e enaltece nova fase no llha das Lendas

"Me sentia infeliz quando não conseguia resultado": DudsTheBoy relata cansaço e enaltece nova fase no llha das Lendas
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Novo reforço do Ilha das Lendas, o atirador DudsTheBoy conversou com o MGG sobre os motivos por trás do fim da carreira e disse estar explorando novas formas de criação de conteúdo

'Me sentia infeliz quando não conseguia resultado': DudsTheBoy relata cansaço e enaltece nova fase no llha das Lendas

A decisão de começar uma carreira competitiva em qualquer jogo eletrônico vem acompanhada de uma série de consequências, que vão desde abdicar do game como forma de entretenimento puro até as rotinas de treino que costumam ultrapassar dez horas diárias. No League of Legends, MOBA da Riot Games que é dono de um dos mercados competitivos mais estáveis do Brasil, atletas de esports costumam ter maior segurança para construírem uma vida profissional mais tranquila e confortável. Mas mesmo a maior das confortabilidades não pode sanar a fatiga gerada pelo mesmo ambiente - sentimento que pode afetar tanto os pro players novatos quanto os mais experientes.

Por sorte - ou conveniência -, atletas que procuram alternativas no LoL além de jogar profissionalmente podem se agarrar na criação de conteúdo independente ou até se tornarem parte da bancada oficial de comentaristas da Riot. Temos inúmeros casos em ambas as opções. Hoje, vamos focar na história do atirador Igor "DudsTheBoy" Lima Homem: o pro player com passagens pelas organizações Redemption, LOUD, KaBuM! Esports e mais recentemente anunciou publicamente sua aposentadoria como jogador.

Não muito tempo após o anúncio, o ADC anunciou que começaria a integrar a bancada do Ilha das Lendas, programa de entretenimento criado por Gustavo "Baiano" Gomes com outros influenciadores do meio. O MGG Brasil falou com o jogador sobre a recente transição e também sobre suas motivações para decidir que o primeiro split do Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLOL) em 2023 seria o último de sua carreira de oito anos.

Por que a decisão de sair do cenário como pro player?

A maior motivação para eu ter parado de jogar foi, com certeza, um pouco do cansaço de todo o ambiente competitivo. Apesar de gostar muito de treinar e de jogar, sentia que não me fazia bem mais [...] me dedicar muito a isso e talvez não conseguir o resultado. [...] A única vitória que importa é a da final e todas as outras derrotas impactam muito na minha vida. [...] Me sentia muito infeliz quando não conseguia o resultado que almejava. Trocar esse ambiente para um menos competitivo e de alta performance está sendo muito bom para mim.
DudsTheBoy

Na sua opinião, por que muitos jogadores cansam cedo?

Acho que a carreira do LoL é muito breve. Não em questão física ou de reflexo, isso não muda nada - você pode ter 27, 28, 30 que dá no mesmo. O problema é que para chegar no alto nível você tem que dedicar muito tempo da sua vida, muitas horas do seu dia e chega um momento que isso já não faz tanto sentido. Como vemos, tem vários jovens talentos jogando LoL 24 horas por dia; eu fazia isso cinco anos atrás e, conforme o tempo vai passando, a vida e as prioridades mudam. Eu ainda consigo jogar por 24 horas, mas não consigo jogar 24 horas por seis meses seguidos.
DudsTheBoy

O jogador continuou dizendo que outro agravante para uma carreira competitiva no LoL ter vida curta é a quantidade de atualizações do game. Utilizando Counter-Strike: Global Offensive como exemplo, Duds comparou os universos competitivos dos dois jogos e opinou que a constante mudança de patches no MOBA faz com que muitos players experientes fiquem para trás.

A experiência de um jogador mais velho se perde um pouco nas mudanças de patch, nas atualizações do LoL. Isso dá uma certa vantagem para quem é mais novo - já que a pessoa é mais nova, ela consegue realmente viver do jogo. […] Outros jogos, principalmente CS, que tem mais de 15, 20 anos de competitivo, [...] te permitem ser um player mais experiente. O jogo não muda tanto e o jogador que joga há 10 anos tem uma bagagem muito grande.
DudsTheBoy

O maior retorno financeiro [de streams] também é uma razão?

Existe toda essa mística que criador de conteúdo tem um retorno financeiro muito maior [do que pro player], mas acho que ser pro player hoje é bastante rentável - principalmente no CBLOL. Muitos jogadores estão recebendo quantias cada vez mais altas conforme o ano passa; mas é uma carreira muito pesada, e essa mudança para um conteúdo mais leve é algo que o pessoal busca muito.
DudsTheBoy

Muitos jogadores buscam conciliar rotina de treino com streams — isso é possível?

Acho que tem players com mais facilidade. O Ranger concilia isso há muito tempo, eu já fazia de vez em quando, o Grevthar também é um cara que está fazendo e performando muito bem no CBLOL. Gostaria que os pro players tivessem essa visão de futuro [...] porque às vezes o resultado não vai chegar, independente se ele está performando bem ou não. Não é só um jogador que consegue trazer o campeonato para o time, então ele sempre tem que pensar no plano B, no plano C para ter uma carreira bem longa.
DudsTheBoy

O atirador seguiu dizendo que, apesar de um cenário ideal para um pro player incluir planos individuais, o cenário brasileiro de LoL está inteiramente focado em conquistar o título "o mais rápido possível" atualmente. Ele ainda opinou que o atual sentimento em torno do título, tanto pela comunidade quanto pelas organizações, não é saudável para o torneio.

Para Duds, a chegada do sistema de franquias no CBLOL deixou as organizações focadas exclusivamente no título do final do split. "Hoje em dia, para a comunidade, apenas o campeão é o cara que teve sucesso".

Os 10 times do CBLOL tem a mentalidade de serem campeões o mais rápido possível. [...] A torcida gosta de ser um pouco mais próxima dos jogadores profissionais, mas não vejo isso acontecendo tão cedo. As organizações vão ficar muito mais focadas no resultado e em serem campeãs. [...] Todo time que não é campeão se sente como se tivesse falhado no split. [...] Pegar playoffs, semifinais é sinônimo de fracasso na realidade em que estamos vivendo. Isso não é saudável para o cenário, não faz sentido 5 jogadores terem sucesso enquanto todos os outros se sentirem fracassados no split.
DudsTheBoy

O player continuou opinando que o momento atual afeta muitos jogadores com potencial:

Um claro exemplo é tanto a paiN como a LOS no último split, que estavam sendo muito "hypadas". Os dois coreanos, Netuno e Ranger estão com uma pressão gigantesca de serem campeões. Sinto que toda a pressão que estamos botando nesses times causa um impacto muito maior do que deveria - só um time ganha no Brasil. Lá fora, na Europa, na Coreia ou na China que às vezes o time não ganha o campeonato, mas vai bem no Mundial, no MSI e está tudo bem. Aqui no Brasil não, só um time consegue jogar o Mundial ou o MSI, então todo o nosso foco é ser campeão. Esses jogadores se sentem muito pressionados, muito frustrados se não forem campeões.
DudsTheBoy

Você já pensava em entrar no Ilha das Lendas antes de anunciar o fim da carreira?

Desde quando eu era da LOUD, sempre fui bombardeado de opiniões falando que eu deveria ser criador de conteúdo, que eu era muito bom nisso. Isso foi contaminando a minha mente — comecei a botar como realidade na minha vida que, quando parasse de jogar, iria ser criador de conteúdo. Ouvi muito isso e, quando estava no último split, já sabia que iria parar. Eu pensava quais seriam as minhas oportunidades; já tinha ouvido que poderia ir para a Riot, ser analista ou comentarista, sabia que poderia ser streamer. Mas eu não acreditava muito na possibilidade do Ilha das Lendas, porque eles já tinham seis integrantes, já tinham um time e a Jime era meio que a sexta player. Ela também é AD Carry, então o time já estava formado.
DudsTheBoy

O ex-atirador da KaBuM! Esports contou que, quando recebeu a proposta, "não tinha como recusar". Com o Ilha das Lendas sendo o principal atrativo para a comunidade de LoL no Brasil atualmente, é difícil pensar em algum criador de conteúdo envolvido com o MOBA da Riot que faria diferente de Duds.

Mas quando recebi a proposta, não tinha como recusar. Hoje, o Ilha das Lendas é o que mais fomenta o cenário — eles têm o CBOLÃO, eles têm o próprio programa para comentar os jogos então tive que aceitar, né!? Era uma oportunidade muito grande e combinava muito com o que eu queria, que era criar conteúdo em cima do LoL mesmo.
DudsTheBoy

Apesar de estar se encontrando como criador de conteúdo, o novo atirador do Ilha das Lendas não descarta voltar para o competitivo - de acordo com Duds, a única profissão que não combinaria com ele seria a de treinador.

Eu não descarto um dia voltar. Mas não sendo coach, acho que não conseguiria; dá muito nervoso fazer parte do competitivo, precisar da vitória e não ter 100% de controle da situação. [...] Estou aprendendo a ser um criador de conteúdo, aprendendo a fazer live e não tinha lugar melhor para aprender do que no Ilha das Lendas. [...] Eu, particularmente, prefiro fazer o conteúdo do programa do que fazer live em si, gosto muito mais da resenha do que estar ali jogando LoL e conversando chat. Estou aprendendo e vendo qual conteúdo me atrai mais.
DudsTheBoy
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Maria Eduarda Cury
Maria Eduarda Cury  - Redatora

Jornalista, apaixonada pelo estudo da cultura digital, jogos competitivos e filmes de terror. 

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