Na última quarta-feira (1), a criadora de conteúdo Blaire "QTCinderella", ao lado de outras streamers populares, se viu sendo vítima de um escândalo que envolvia o uso de tecnologia deepfake para conteúdos com finalidades sexuais.
O conteúdo veio à tona quando o streamer Atrioc revelou um website similar ao OnlyFans que continha diversos vídeos deepfake com o uso dos rostos de criadoras de conteúdo. Para ter acesso ao material, usuários precisavam pagar uma assinatura para o criador responsável pela página.
A tecnologia deepfake consiste, basicamente, em alterar digitalmente o rosto de uma pessoa em um vídeo ou foto. Dessa forma, pessoas aleatórias podem ter seus rostos adicionados em situações nas quais elas nunca estiveram.
Assim como outras tecnologias, o deepfake pode ser usado tanto negativamente quando positivamente. Para algumas streamers mundialmente famosas, porém, a experiência com a tecnologia vem sendo um pesadelo.
Logo após ter conhecimento da situação, QTCinderella abriu uma transmissão ao vivo, chorando, para desabafar com sua comunidade. Depois de comentar sobre a dor que estava sentindo em ter sua imagem utilizada dessa forma, a criadora de conteúdo revelou que irá processar a pessoa que fez o website.
Mesmo com a crescente popularização da tecnologia deepfake, poucos estados possuem leis contra essa prática. Nos Estados Unidos, apenas Virginia e Califórnia proíbem pornografia com deepfake em seus territórios.
Dessa forma, entre as vítimas, apenas QTCinderella poderia utilizar o sistema legal para processar o responsável. A streamer reside na Califórnia e, portanto, poderia iniciar um processo legal com base na lei AB 602 - que proíbe o uso da imagem alheia para conteúdos de teor sexual.
Caso outras criadoras envolvidas no escândalo, como Sweet "Anita" Anita, desejem acompanhar QTCinderella e iniciar um processo, será preciso identificar alguma lei que possua uma brecha de interpretação que possa favorecer a penalização do crime virtual em questão.