Após a transformação do cenário competitivo nacional de League weof Legends em um modelo franqueado, uma parcela relevante do meio acabou, consequentemente, perdendo sua força que vinha sido construída ao longo dos últimos anos.
O fechamento do CBLOL para uma franquia reduziu o movimento do cenário amador - o Tier 3 - do competitivo. Felipe Camargo, que participava de um time da Universidade de Sorocaba, observou uma queda na frequência de torneios, situação que foi agravada pela pandemia de COVID-19.
Ao lado de sua mãe, Eliana Camargo, procuraram alternativas para manter a equipe de Sorocaba ativa - e a solução foi emprestar um quarto de sua casa para treinos. Logo, surgiu a Rise Gaming, que também abrigou equipes de VALORANT e Free Fire antes mesmo de se tornar um gaming office.
Profissionalização
Ao perceberem que os times estavam conquistando um desempenho regular, tornou-se necessária a construção de um gaming office próximo para aprimorar os treinos. O que surgiu como uma "brincadeira", como citou Eliana, se transformou em uma casa para jogadores que procuravam evoluir.
Hoje, a organização utiliza um esquema de rotatividade de line-ups, o que significa que investem no esquema de bootcamp em Sorocaba dependendo da necessidade das equipes em relação a treinos. Após cerca de dois anos desenvolvendo uma estrutura, a Rise Gaming passou a chamar mais atenção após a contratação de um time de LoL formado por ex-jogadores de CBLOL.
De acordo com a diretora administrativa da Rise, foi a chegada de jogadores como Kevin "Anato" Castro (paiN Gaming), Matheus "Morttheus" Motta (RED Canids) e Júlio César "NOsFerus" Cruz (INTZ) que auxiliou a organização a movimentar o cenário amador com mais força.
Para Felipe, foi isso que fez a Rise se tornar um ponto atrativo durante as janelas de transferência recentes. "Diversos jogadores que estavam sem time de CBLOL começaram a nos procurar. Nossa intenção é criar um lugar onde eles possam ter apoio para serem reconhecidos e se mostrarem como profissionais", afirmou.
Nível CBLOL no Tier 3
Observando as oportunidades de mercado durante a janela de transferências de 2023, a Rise Gaming deu um passo adiante e optou por contratações mais agressivas. Buscando jogadores de alto nível com histórico no CBLOL, a equipe contratou o seguinte time:
- César "Zecas" Berteli (ex-Rensga)
- Wyllian "asta" Adriano (ex-Flamengo)
- Ruan "Anyyy" Silva (ex-Netshoes Miners)
- Enzo "nZ" Sanches Fernandes
- Luiz Felipe "Flare" Lobo (ex-Flamengo)
- Willyan "Wos" Bonpam (ex-Flamengo Los Grandes)
O manager Gabriel "Machado" Machado, comentou que a equipe almeja a franquia e degraus mais altos dentro do LoL. "Quando chegou a oportunidade de unir estes jogadores, nós fomos um passo de cada vez. Casa muito com o que esperamos desse nosso primeiro semestre e, por isso, fizemos contato com os meninos".
A montagem da equipe completa iniciou por meio da amizade entre Mateus "Mad" Mathias, coach da equipe de LoL, e Flare. Com o auxílio de Machado, os três montaram um time que tinha como foco disputar em alto nível.
No ponto de vista dos jogadores, todos mencionaram a necessidade de permanecerem ativos. Citando os meses que ficaram sem treinar, Wos e Anyyy reforçaram que os meses parados impactam severamente no desempenho da gameplay.
Sobre os meses que ficou sem time, Wos disse ter sido um período de readaptação: "É muito ruim ver todo mundo já jogando enquanto você está parado. Se você quer continuar jogando, você tem que ter uma equipe", comentou o suporte.
Rotina e crescimento
A equipe, que ainda está jogando remotamente, comentou que os treinos ainda são realizados com foco em equipes Tier 1 e Tier 2. Mad citou que treinos com times de nível mais baixo acontecem; a frequência, no entanto, é menor.
Machado comentou que, para isso funcionar, a Rise optou por ter uma rotina espelhada com a dos times da franquia. O manager da equipe também citou que as idas para treinos presenciais são calculadas. "Quando a gente enxerga um momento em que poderemos ter uma boa rotina de campeonatos para estarmos atuando, faremos a locomoção da equipe para Sorocaba", disse.
Falando sobre o crescimento do cenário Tier 3 como um todo, Machado afirmou que a Rise não é a única com estrutura e que a recepção da line-up agressiva está trazendo organizações de outros jogos para o mundo amador do competitivo de LoL.
Por fim, o time concluiu que a experiência atual do Tier 3 pode ser aprimorada caso haja um trabalho melhor de staff por trás. "São players mecanicamente muito bons, mas pecam muito no conhecimento do jogo em si devido a carência de staff. Sempre debatemos sobre nomes grandes que poderiam atuar com essa galera. mas é delicado", finalizou Machado.
Retorno da Riot ao Tier 3
Recentemente, a desenvolvedora informou que planeja voltar a dar atenção para o Tier 3 por meio de torneios regionais - mas sem dar muitos detalhes sobre os futuros eventos.
Confira, a seguir, o posicionamento: