A adaptação televisiva de The Last of Us, título de maior sucesso da Naughty Dog, estreou batendo recordes. O primeiro episódio da série da HBO se tornou o segundo piloto mais visto da emissora no período de uma década, com mais de 4,5 milhões de telespectadores simultâneos.
Com tamanha expectativa pela adaptação do primeiro jogo da franquia, a discussão em volta da série tomou conta das redes sociais. Um tópico, em específico, se tornou o foco dos telespectadores: a história por trás da representação do fungo Cordyceps, ponto principal da narrativa do game.
Quem é familiarizado com a história do jogo sabe que a variante do fungo se espalhou devido a uma safra de alimentos infectados da América do Sul.
Sem especificar quais são estes alimentos, o jogo cita apenas que o vírus chegou aos Estados Unidos por meio de plantações danificadas e, em pouco tempo, se tornou um problema global - em alguns meses, mais de 60% da humanidade estava infectada.
Como o Cordyceps funciona?
Em The Last of Us, o vírus é transmitido tanto por esporos no ar como pela mordida de um infectado, e é descrito que a variante atua em quatro estágios no corpo humano. No primeiro estágio, o indivíduo torna-se incapaz de raciocinar devido a perca da função cerebral. Duas semanas depois, tem início o segundo estágio: nesta fase, o indivíduo começa a ter alterações progressivas de visão por conta da ação do fungo no córtex visual.
Somente um ano depois é que o terceiro estágio começa a entrar em vigor. Nesse período, o ser humano infectado já perdeu toda sua humanidade e começa a agir de forma animalesca. Para compensar a perda dos sentidos, os infectados - já cegos -, precisam utilizar o método de ecolocalização, que consiste na capacidade biológica de ver a posição de objetos e criar mapas, para se encontrarem.
No quarto estágio, que é o mais raro de todos, os hospedeiros desenvolvem placas fúngicas endurecidas em torno de todo o corpo. Ao ser morto, o corpo libera esporos infecciosos no ar por meio destas placas.
É por essa razão que, no jogo, os personagens utilizam máscaras de gás para evitar a contaminação por meio do ar. Apesar de o fungo existir na vida real, ele só é capaz de parasitar artrópodes, como formigas.
Mordidas e tentáculos
No primeiro episódio da série, porém, já é possível perceber algumas diferenças em relação a abordagem do fungo. Já na cena inicial, vemos um programa de auditório com especialistas discutindo, de forma simples e direta, os perigos de uma infecção fúngica.
Essa cena facilitou para introduzir o assunto aos que não conhecem a história do game e, também, esclareceu pontos não levantados no jogo da Naughty Dog. Nas cenas seguintes, podemos ver como o método de infecção será tratado.
A vizinha de Sarah (Nico Parker), Tommy (Gabriel Luna) e Joel (Pedro Pascal) é uma das vítimas. Ainda que não tenha sido explicado exatamente como a personagem se contaminou, teorias levaram os fãs a acreditar que pode ter sido uma leva de farinha infectada, visto que todos os alimentos evitados por Sarah, Tommy e Joel no episódio contém farinha.
No jogo, como dissemos, não existem detalhes sobre o tipo de plantação que foi infectado no continente americano. É possível, porém, que a série escolha aprofundar mais a trajetória da cepa infectada, dada a decisão de focar em cenas que contém alimentos logo no início.
Após Sarah encontrar seus vizinhos sendo atacados, é possível ver que a infectada possui tentáculos saindo de sua boca. Em nenhum momento, porém, pessoas com máscaras de gás são vistas - o que confirma que, na série, a infecção é transmitida por meio da conexão direta com humanos. Essa informação já havia sido confirmada pelos criadores.
Sendo assim, a infecção pelo ar não existe na série. Os criadores comentaram que essa versão se tornaria brutal demais para a televisão, visto que se espalharia de uma forma muito mais ágil.
Conforme mais episódios forem sendo lançados, é possível que a origem do fungo Cordyceps no universo da série seja mais detalhada. Até o momento, porém, sabemos que os criadores da série reforçarão a sensação de perigo que o jogo passa.