A série de The Last of Us, programada para estrear globalmente em 15 de janeiro de 2023, é a próxima grande aposta da HBO. A adaptação televisiva conta com nomes como Pedro Pascal e Bella Ramsey (Game of Thrones) no elenco, além de ter Neil Druckmann, criador do jogo original, na parte de produção executiva.
Nesta sexta-feira (2), o MGG Brasil acompanhou uma coletiva de imprensa com o elenco e a produção da adaptação, na qual temas como o decorrer das filmagens, diferenças entre série e jogo e mais foram debatidos. Estavam presentes Pedro Pascal, Bella Ramsey, Gabriel Luna, Merle Dandridge, Neil Druckmann e Craig Mazin.
A adaptação de games para cinema e TV
Questionados sobre a maior dificuldade sobre adaptar o jogo para a televisão, Craig Mazin comentou que devido ao fato de que grande parte do jogo é sobre imersão pela jogabilidade, era preciso achar partes específicas que se traduziriam com facilidade para uma produção dramática.
Ele continuou dizendo acreditar que a razão pela qual muitas das adaptações cinematográficas de videogames fracassam é a insistência em replicar exatamente a gameplay em um formato que não lhe cabe. “Nós não replicamos o original; o que fizemos foi nos inspirar na história e nos personagens que criamos e mostrar ainda mais de suas trajetórias”, completou.
Como os atores se aprofundaram no universo
Em relação à experiência de atuar na obra de Neil, tanto Bella como Pedro citaram que, apesar de não serem gamers, tentaram estudar o jogo da forma que puderam para extrair informações relevantes do material original sem que isso se tornasse uma cópia exata - o que era uma preocupação tanto dos atores como de Neil. Pedro comentou que o objetivo era acrescentar ainda mais para as “páginas incríveis que estavam sendo escritas”.
Merle Dandridge, por sua vez, teve uma experiência um pouco diferente. A atriz, que interpretou a personagem Marlene nos dois títulos do jogo, comentou que viver a personagem em outra mídia é completamente diferente. Ela também elogiou o trabalho dos colegas de elenco, citando que conseguia sentir os personagens em Pedro e Bella logo na primeira vez em que se encontraram no set de gravação. “Eu não conseguia parar de chorar um único dia no set; estes cavalheiros (Neil e Craig) se esforçaram para ter certeza de que a história tanto amada por vocês fosse elaborada e sentimental”, finalizou.
Gabriel Luna, que interpreta Tommy, disse que sua experiência com o jogo é um pouco mais similar ao que os jogadores casuais que se aventuraram pela famosa história de Austin, Texas vivenciaram - apesar de nunca ter conseguido terminar o game. Quando conseguiu o papel, ele decidiu retornar e dar mais uma tentativa para o jogo. Para ele, a história foi tão densa que teve que jogar em doses de uma hora.
Trazendo Clickers ao mundo real
Em relação aos clickers, Gabriel Luna opinou que o movimento corporal é um fator mais essencial do que a maquiagem e os prostéticos em si. Já Pedro Pascal, que teve maior contato com os infectados durante a produção, comentou que a experiência é extremamente emotiva. O elenco tentou, porém, não comentar muito sobre os infectados de forma geral - dando a entender que será uma parte muito chamativa da série.
Por fim, Craig se emocionou dizendo que ficava bastante sensível nas gravações, pois já sabia o caminho que aquelas cenas iriam seguir.
"Nem todas as pessoas jogam os games"
Questionados sobre as possíveis reações do público, os atores reforçaram a necessidade de o público estar aberto para uma nova perspectiva - ainda que a essência original do game esteja ali. “Entendo o apego que as pessoas têm com os personagens que passaram horas conhecendo, mas acredito que nós fizemos um bom trabalho e foi bastante divertido”, comentou Bella.
Pedro continuou: “Eu entendo porque também sou um consumidor assíduo de filme e televisão, também surto quando conheço um ator que gosto muito. Não tenho certeza se nós (atores) fomos perfeitos, mas com certeza Neil e Craig foram - eles são extremamente passionais. Acredito que todos nós estávamos em boas mãos.”
Neil completou dizendo que espera que, com a chegada da adaptação, as pessoas entendam a necessidade de reproduzir jogos que consideram perfeito em outras mídias. “Nem todas as pessoas jogam jogos, e não é justo que elas não possam experienciar a história que nós criamos na Naughty Dog. É algo que vale a pena ser convertido em outro estilo de produção”, finalizou o criador do jogo.