Agora campeão mundial de VALORANT com a LOUD, que neste domingo derrotou a OpTic Gaming por 3 a 1 e conquistou o VALORANT Champions 2022, o jogador Gustavo "Sacy" Rossi celebrou na entrevista coletiva o melhor momento da carreira. Primeiro brasileiro da história a ser campeão brasileiro de League of Legends - jogando em 2017, pela RED Canids - e conquistar um título mundial em um FPS, o pro player da LOUD comemorou o melhor momento da carreira na entrevista coletiva após a vitória.
Embora tenha evitado comparações com outros jogadores, e tenha citado Gabrieal "FalleN" Toledo como maior nome dos Esports no Brasil, Sacy poderou que, hoje, pode sim ser considerado um dos maiores nomes do esporte eletrônico brasileiro.
"Acho que é difícil comparar. O que o FalleN fez foi uma coisa muito absurda e também foi em uma época diferente. Foi uma coisa que mudou totalmente o nosso cenário de esports, então, o que eu fiz foi uma coisa muito diferente. Eu posso estar sim hoje entre os maiores nomes do cenário de Esports brasileiro, mas acho que o que o FalleN fez, ninguém fez igual”, pontuou.
Ainda na coletiva após o título mundial de VALORANT, Sacy lembrou ainda da eliminação ainda na fase de grupos do Champions 2021, quando ele, Saadhak e o técnico BZKA ainda defendiam a Team Vikings. Àquela altura, o Brasil havia acumulado eliminações precoces em todos os grandes campeonatos internacionais do FPS da Riot, o que gerou um nível de desconfiança sobre nível do país no VALORANT.
Ao assinar com a LOUD, Sacy manteve a parceria de longa data com Saadhak e BZKA, mas passou a jogar de três novos companheiros de time: Pancada, ex-B4 e Stars Horizon, Aspas, ex-SLICK, e Less, com passagens por Jaguares Esports e Galacy Carrots. O pro player falou da busca pelos "nomes certos" para alçar voos mais altos em campeonatos internacionais e comemorou o rápido entrosamento obtido com os companheiros de LOUD.
"Depois da nossa derrota em Berlim, no último Champions, nós estávamos tipo: tudo bem, sabemos jogar o jogo agora. Nós precisávamos dos jogadores certos conosco, precisávamos de disciplina e sabíamos que não tinha uma lacuna enorme de diferença entre o nosso time e as equipes internacionais, tínhamos que continuar a melhorar e conseguimos.”
Saadhak enaltece superação do time
Único argentino da LOUD e capitão da equipe agora campeã mundial, Saadhak veio do cenário competitivo do hero shooter Paladins, mas foi no FPS da Riot que viveu o maior momento da carreira. Após a conquista do título mundial, Saadhak celebrou a superação do time após bater na trave no VALORANT Masters Reykjavík, torneio no qual a equipe foi vice-campeã após também ser derrotada pela OpTic Gaming na grande final. Saadhak reconheceu que a LOUD tinha alguns pontos a melhorar, mas ressaltou que o time já estava jogando em alto nível internacional e tinha condições de brigar por grandes títulos.
"Para mim foi bem cansativo, nós quase conseguimos na Islândia e foi muito bom. Isso demonstrou que nós tínhamos potencial para competir internacionalmente, mas de alguma maneira estávamos devendo algo. Aí veio a Dinamarca, que foi muito ruim. Depois disso acho que melhoramos muito no nosso lado mental. Foi muito esforço, acho que foi por isso que nos emocionamos”, enfatizou.
BZKA comenta experiência do time em outros jogos
O treinador BZKA também comentou a longa experiência no cenário competitivo que ele e outros jogadores da LOUD têm, especialmente Sacy e Saadhak. O treinador brasileiro ressaltou que a conquista de mais um título mundial do Brasil em um FPS, assim como já ocorreu em jogos como CS:GO, Rainbow Six, Crossfire e Point Blank, é simbólico e um momento extremamente especial para esporte eletrônico do país.
"Eu joguei CS antes de ir pro VALORANT, joguei Paladins, Saadhak também jogou Paladins, Sacy jogou League of Legends, todo mundo jogou algo diferente aqui e eu sinto que o Brasil ama os jogos de FPS. Nós começamos a jogar em LAN house quando éramos crianças, todos no Brasil amam esse tipo de jogo"
Caçula da LOUD, Less comemora momento histórico da carreira
Jogador mais jovem da LOUD, Less, de 17 anos, já tem um título mundial antes mesmo de completar a maioridade, o que torna a conquista ainda mais especial para o caçula da equipe brasileira. Apesar de extremamente jovem, Less enfatizou que não sentiu uma pressão excessiva por "levar o nome do Brasil nas costas" ao lado de seus companheiros de time, especialmente por procurar se manter afastado das redes sociais.
"A sensação mais difícil é você sair de casa, do seu conforto. Eu saí com 16 anos, estava morando na casa da minha avó e nem sabia o que era o mundo ainda. Mas acredito que isso de ter o “país nas minhas costas” nunca me afetou, principalmente porque desde o começo eu estava com Arthur (ex-psicólogo) e o Bruno (atual psicólogo). Eles sempre me explicaram muito para ficar fora das redes sociais, para ficar de fora desse mundo e focar mais no nosso time, então nunca me afetou essa pressão do Brasil estar nas minhas costas", argumentou o o jovem pro player.
Foto de abertura: Colin Young-Wolff / Riot Games*