FIFA 23 será o último jogo da franquia da Electronic Arts antes de a franquia mudar de nome para EA Sports FC. Contudo, os quase 30 anos de franquia foram marcados também por momentos em que a desenvolvedora exagerou ao estabelecer os status de alguns jogadores, criando versões praticamente perfeitas de atletas que, ainda que vivessem excelente fase e figurassem entre os melhores do mundo, acabaram se tornando personagens praticamente sem falhas e desbalanceados.
Nesta lista, o MGG lista os 10 jogadores mais quebrados da história do FIFA, levando em consideração não apenas a nota geral dos atletas, mas também a discrepância com suas versões na vida real, status "apelões" e impacto prático em seus respectivos jogos.
10º lugar: Cristiano Ronaldo - FIFA 17 (Overall 94)
Na última posição da lista, aparece o personagem menos quebrado: Cristiano Ronaldo de FIFA 17. Embora fosse o melhor jogador do mundo àquela altura, vindo de uma temporada 15/16 com impressionantes 51 gols em 48 jogos, artilharia e título da UEFA Champions League, o português era um atacante incomparável e obrigatório para qualquer jogador que montasse equipes competitivas no Ultimate Team.
Com 94 de força de chute, 93 de finalização, 92 de chute de longe, 96 de reação, 94 de posicionamento no ataque, 92 de controle de bola, 93 de dribles, 92 de pique e fôlego, 91 de aceleração, 95 de impulsão e 90 de agilidade, Ronaldo era um jogador praticamente perfeito para jogar em qualquer setor do ataque, fosse como ponta ou centroavante. A enorme velocidade, habilidade e capacidade de finalização fazia dele não apenas o melhor atacante do jogo, como também o melhor jogador de FIFA. Ainda assim, vista a excelente fase vivida pelo jogador no momento, é difícil apontar se alguns status recebidos eram injustos ou se a fase absurda do português apenas era refletida dentro do jogo.
9º lugar: Lionel Messi - FIFA 14 (Overall 94)
Considerado por muitos o maior craque de sua geração, Lionel Messi foi o melhor jogador de muitas edições do FIFA, mas foi em FIFA 14 que o atacante argentino acumulou o maior número de status absurdos. Vindo de uma temporada 12/13 na qual marcou 60 gols em 50 jogos e conquistou o título do Campeonato Espanhol, Messi era uma mistura de velocidade, habilidade e precisão em finalizações simplesmente incomparável, e por isso era facilmente o jogador mais desbalanceado daquela versão. A parte mais absurda, porém, era o fato de os números serem condizentes com o futebol real do argentino.
Com 97 de finalização, 96 de controle de bola, 97 de drible, 94 de agilidade, 96 de aceleração, 95 de equilíbrio, 90 de pique, 96 de reação, 93 de posicionamento no ataque, 90 de visão e 90 de voleio, Messi era simplesmente imparável, pois sua combinação de velocidade e habilidade tornava um inferno a vida de qualquer defensor. Para completar o pacote, o argentino era o melhor definidor de jogadas de FIFA 14, e um chute bem executado com ele era garantia de balançar as redes. Ainda assim, o camisa 10 está longe do topo da lista de mais quebrados da história.
8º lugar: Ronaldinho - FIFA 06 (Overall 95)
Ronaldinho viveu o auge da carreira entre 2004 e 2006, período em que conquistou pelo Barcelona dois Campeonatos Espanhóis, duas Supercopas da Esapanha e uma UEFA Champions League. Jogador mais badalado no mundo da época, o "Bruxo" tinha uma combinação rara no FIFA de velocidade, habilidade e finalização no mais alto nível.
Embora a distribuição de status fosse um pouco diferente dos FIFA mais recentes, Ronaldinho tinha 97 de controle de bola, 98 de drible, 97 de criatividade, 92 de antecipação, 95 de ritmo, 91 de aceleração, 93 de passes, 95 de chute de longe, 92 de força de chute e 97 de precisão nas finalizações. Com uma combinação tão letal da habilidades, Ronaldinho estava num nível completamente diferente dos outros jogadores, e poderia ser tanto um meia extremamente criativo quanto um ponta ou centroavante letal. Poucos jogadores na história foram tão apelões no FIFA. Ainda assim, a era dos absurdos se concentra nos FIFAs mais antigos, mais especificamente entre FIFA 2000 e FIFA 2005.
7º lugar: Zinedine Zidade - FIFA 2005 (Overall 96)
Numa era em que as estatísticas do FIFA eram bem menos completas (e complexas) que as das versões mais recentes, um overall elevado era o suficiente para saber o quão quebrado um jogador era, e Zinedine Zidane sem dúvidas era um dos maiores deles. Com 96 de overall e inacreditáveis 99 potencial mesmo na reta final da carreira, o que já seria razão suficiente para o jogador aparecer como um dos mais quebrados, o craque francês tinha alguns status completamente incompatíveis com seu estilo de jogo.
Zidane era, especialmente nos anos finais da carreira, um meia cerebral, habilidoso e com enorme qualidade de passe, mas inquestionavelmente lento... mas não para os desenvolvedores da EA, que deram 90 de ritmo e 88 de aceleração para o craque do Real Madrid.
Nos demais status, Zizou brilhava ainda mais, com 98 de drible, controle de bola e criatividade, 97 de compostura e passes, 96 de lançamento, 95 de cruzamento, 94 de precisão nas finalizações, 93 de força de chute e 93 de antecipação. Na prática, Zidane podia ser colocado como um meia atacante, centroavante ou até ponta de velocidade, algo inimaginável na vida real do meia.
6º lugar: Gianluigi Buffon - FIFA 2005 (Overall 97)
Único goleiro desta lista, o italiano é, desconsiderando as cartas especiais de FIFA, o goleiro mais roubado da história de FIFA. Com impressionantes 97 de overall e 99 de potencial, Buffon é mais um representante da era dos FIFAs com status absurdos, ainda que de fato fosse o melhor goleiro do mundo quando FIFA 2005 foi lançado.
O arqueiro da Juventus era praticamente perfeito nos atributos que importavam para um goleiro em FIFA, com 97 de reflexos, 95 de saída do gol, 96 de manejo, 98 de posicionamento, 99 de fôlego, 97 de força, 99 de combatividade, 98 de antecipação de antecipação e 97 de compostura. Na prática, era necessário fazer finalizações verdadeiramente indefensáveis para superar Buffon em FIFA 2005.
5º lugar: Thierry Henry - FIFA 2005 (Overall 97)
Sim, FIFA 2005 foi de fato um jogo em que os principais craques do futebol tinham status um tanto exagerados, e o atacante Thierry Henry, do Arsenal, é o símbolo máximo dessa tendência. Para muitos especialistas, o craque francês foi o melhor jogador do mundo na temporada 2003/04, então era natural que o craque francês visse com status altíssimos, o que não apenas ocorreu, como fez de Henry, campeão inglês invicto pelo Arsenal, o jogador mais apelão de FIFA 2005.
Naquela versão do simulador da EA, o camisa 14 do Arsenal tinha 98 de precisão nas finalizações, 96 de força de chute, 97 de controle de bola, 98 de dribles, 98 de aceleração, 98 de ritmo, 94 de fôlego, 98 de equilíbrio, 98 de antecipação e 98 de compostura. Nenhum atacante combinava tão bem velocidade, habilidade e qualidade de finalização, o que fazia de Henry o craque máximo de FIFA 2005.
4º lugar: Luís Figo - FIFA 2002 (Overall 97)
Luís Figo foi, sem dúvidas, um dos melhores jogadores do mundo entre o fim da década de 1990 e começo dos anos 2000, a ponto de inclusive ser eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA em 2001. Sendo assim, a EA decidiu fazer dele o melhor jogador de FIFA 2002, com incríveis 97 de overall.
O meia-atacante, que por muitas vezes também jogou aberto pelo lado direito, sobrava em campo sendo o jogador mais habilidoso do jogo, além de ser excelente em cruzamento, passes, lançamentos e finalizações. Essas características, aliada a ótimos atributos de velocidade, faziam de Figo um jogador ainda mais letal em FIFA 2002 do que na vida real.
3º lugar: Ronaldo - FIFA 2004 (Overall 98)
Eleito 3 vezes o melhor jogador do mundo pela FIFA, Ronaldo não recebeu o apelido de Fenômeno por acaso. O camisa 9 teve, no auge da carreira, uma rara combinação velocidade, habilidade e qualidade de finalização, e a EA fez dele o melhor jogador de FIFA 2004.
Ronaldo vinha de uma temporada de 30 gols e um título espanhol pelo Real Madrid, mas os 98 de overall, maior nota da história dada a um jogador no FIFA (desconsiderando cartas especiais), foram sim exagerados. Com enorme velocidade, habilidade e precisão nas finalizações, Ronaldo era claramente o melhor jogador de FIFA 2004 e, também, da história de FIFA. O craque só não aparece em 2º ou 1º lugar porque os 2 primeiros colocados não justificam, sob nenhuma perspectiva, algo sequer próximo das notas que receberam.
2º lugar: Christian Vieri - FIFA 2004 (Overall 97)
Christian Vieri viveu o auge da carreira em sua passagem pela Inter de Milão, e a temporada 2003/04, na qual marcou 24 gols em 23 jogos do Campeonato Italiano, foi indiscutivelmente a melhor pelos Nerazzurri. Titular absoluto da seleção italiana na época, Vieri naturalmente merecia uma carta com overall alto em FIFA 2004, Mmas o que os desenvolvedores da EA fizeram foi um completo exagero.
Com absurdos 97 de overall, Vieri ganhou uma nota muito acima de seu futebol mesmo no auge da carreira. Embora fosse um jogador com chute extremamente potente, um artilheiro nato e excelente cabeceador, Vieri não era um jogador com qualidade técnica comparável a de outros craques da posição da época, como Ronaldo, Henry e até mesmo Ruud Van Nistelrooy. Ainda assim, o jogador era, nos números, o segundo melhor jogador de FIFA 2004, abaixo apenas de Ronaldo, com 98. Contudo, nada do que o centroavante fez na carreira, mesmo no auge, justificava uma nota próxima da máxima do jogo. Ainda assim, a EA conseguiu cometer um erro muito maior com 1º colocado da lista.
1º lugar: Matteo Brighi - FIFA 2003 (Overall 97)
Você conhece Matteo Brighi? Se a resposta é não, isso já ajuda a explicar por que o meia central aparece em 1º lugar na lista. Um dos jogadores mais promissores do Campeonato Italiano no começo dos anos 2000, sendo inclusive o melhor jogador jovem da liga em 2002, Brighi parecia de fato ter um futuro brilhante, mas nada que justificasse ele ser o jogador com maior overall de FIFA 2003, com um absurdo e inexplicável 97.
Até então, essas notas altíssimas em FIFA costumavam ser reservadas a jogadores que já eram grandes estrelas do futebol mundial, quase sempre figurando entre os 10 ou 5 melhores do mundo, mas Brighi conseguiu um 97 mesmo não atendendo a qualquer um desses requisitos.
Se o overall em questão fosse o potencial que Brighi poderia alcançar no Modo Carreira, que só viria a ser criado em FIFA 2005, o meio-campista italiano até poderia, com muita boa vontade, alcançar um 97, mas ele ser alçado ao posto de melhor jogador de todo o FIFA 2003 - ao menos nos números - mostra que a EA exagerou completamente ao fazer de Brighi um jogador completo para atuar na faixa central do campo, aliando vigor físico, poder de marcação, velocidade, enorme qualidade de passe e chute potente.
Em 2005, duas edições depois, Brighi apareceu com status bem mais condizentes com seu futebol à época: overall 81 e potencial de 98 aos 23 anos. Devido a sucessivas lesões na carreira, Brighi nunca chegou perto de se tornar uma grande estrela do futebol mundial, o que mostra o tamanho do erro que a EA cometeu ao alçá-lo ao posto de melhor do mundo em FIFA 2003.